Economia
Pensar o futuro: o mercado britânico
Na edição de hoje damos destaque à situação de mercado do Reino Unido, um mercado emissor de extrema importância para Portugal, para além das ancestrais alianças e ligações históricas com Portugal.
A Delegada do Turismo de Portugal no Reino Unido, Dra. Cláudia Miguel, deixou-nos o seu testemunho e o seu olhar sobre o actual panorama no mercado, o comportamento dos consumidores e as perspectivas futuras para o Centro de Portugal. Poderá assistir à sua intervenção nas “Tourism Trade Talks” do NEST.
Leia a situação actualizada do mercado britânico no guia “COVID-19 – Mercados Externos”, publicado no portal Travel BI do Turismo de Portugal.
Mercado Reino Unido
Autoria: Delegada do Turismo de Portugal no Reino Unido, Dra. Cláudia Miguel
“A incerteza e as muitas interrogações que assistimos e nos colocamos, sobre todos os mercados turísticos face ao contexto actual são também uma realidade no Reino Unido.
Tendo iniciado um processo tardio de regras e medidas no combate à epidemia Covid-19, poderemos dizer que encontramos neste mercado uma dicotomia entre a apetência para viajar – que bem caracteriza qualquer cidadão inglês – e o já previsto atraso no regresso a uma ansiada normalidade.
São muitas as questões que poderemos colocar sobre este mercado, desde o início da abertura dos aeroportos, do descolar dos primeiros aviões nalguns deles, do comportamento dos denominados “over 60’s”, a retoma dos golfistas, do MICE, dos cruzeiros e tantas outras questões que virão pela voz do próprio consumidor, cujas acções, doravante, iniciarão indubitavelmente com o simples pensamento: “será seguro?”.
Antecipando que os nichos poderão ser um ponto de partida neste longo trilho que a indústria do Turismo ira percorrer, entendo a oferta turística do Centro de Portugal como indo de encontro às premissas deste caminho. O “Low volume/ high yield” terá doravante mais significado e o trabalho já iniciado neste mercado, em transmitir as valências e a diversidade que um turista, que procura um turismo de qualidade, o tão falado “slow travel”, a par de exemplos de sustentabilidade e responsabilidade social, continuará a encontrar uma resposta no Centro de Portugal, tendo esta Região tudo para uma continuidade consistente, que não poderemos desistir de demonstrar e tornar ainda mais visível.
Já familiarizado com tantas mudanças, catástrofes, falências e acontecimentos menos positivos na sua sociedade e neste sector em concreto, confio na resiliência do turista Inglês, que vê nos seus momentos de lazer e férias no exterior mais do que um capricho, vê uma necessidade.
Temos hoje, indústria do turismo, mais do que nunca, uma grande missão pela frente, cujo empenho e espírito de compromisso de todos, sector publico e privado, certamente nos levará a bom porto.”